Sempre foi muito ambicioso. Contava os centavos, fazia e refazia seu orçamento todos os dias. Dedicou-se a vida toda à carreira, almejava alcançar um alto posto na empresa de construção onde trabalhava, acreditava estar ali sua felicidade. Até que um dia levou uma rasteira do destino: apaixonou-se por uma loira de pernas magras e altas, branquela e daquelas que têm o segundo dedo do pé maior do que o dedão. Chefes da relação. O caso é que ela era suíça. E dentro de exatos trinta dias estaria de volta à terra dela. Viveram quatro semanas de amor intenso, 24 horas juntos. Na despedida, cometeu uma loucura, a única de toda a sua vida: embarcou com ela, abandonando trabalho e todo o futuro que pensava para ele.
Chegando lá, novos planos pipocavam em sua cabeça. Mas só conseguia dormir, dormir e dormir. Estér foi cansando daquilo. Tornara-se um homem desinteressante e sabia disso. Mas não conseguia ser diferente. Todas as manhãs, acordava de bom humor esperando que aquele seria o grande dia. Saía de casa cheio de esperanças, mas voltava apenas com o pão da padaria. Não tinha forças e não achava a origem da lentidão que acometia-lhe. Foi descobrindo que não era de dinheiro que precisava, mas sim de um ofício. Duro admitir, mas nascera para o funcionalismo público brasileiro. O ócio estava desequilibrando-o.
quinta-feira, março 31, 2005
terça-feira, março 22, 2005
Passar a página
Pareciam não ter mais fim aqueles pensamentos. Ela tentava, estipulava prazos, fazia juras e promessas para si mesma. Chegou até a apostar com as amigas que conseguiria. Mas quando dava por si, estava novamente tentando arrumar um jeito de ficar mais perto dele. Conversavam por horas a fio sobre trivialidades que tinham em comum. e ela não sabia se o problema era dela ou dele. A dúvida pairava e ela queria querer partir para outra. Mas não queria.
quinta-feira, março 03, 2005
volta pra casa
"Rio de Janeiro para mim faliu!!" - foi a frase que ouvi de uma amiga na noite do dia em que eu cheguei de uma trip de três meses pela Europa. Ela, por acaso, também tinha acabado de voltar de uma temporada fora, em Ubatuba. Se a cabeça dela estava assim, imagine a minha.......... "Vivemos numa azeitona e giramos em torno do mesmo caroço"................................
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