domingo, março 19, 2006

Em defesa da arte contemporânea.

O que vou escrever aqui agradeço muito especialmente à minha amiga Ciça, que por tanto brigar comigo quando visitávamos as salas de galerias e museus de arte contemporânea na Europa, me fez refletir.
"- Mas, Ana, como eu posso considerar arte um tênis sujo jogado no meio de uma galeria?" Eu tentava convencê-la de que aquilo era arte sim, mas me faltavam argumentos, fundamentos que tornam-se mais claros agora, que estão escritos. A psicanálise, surgida no século XIX, começou a quebrar o conceito de que somos seres únicos, indivisíveis, essa idéia renascentista de que somos interios e que nos fez criar fachadas. Tudo o que o artista contemporâneo faz é relativo e acaba por afirmar este novo conceito do sujeito - ser divisível. A falta da unidade estilística dos artistas de hoje e a mudança da noção de autoria vêm a contribuir com isso. Pequenas intervenções que mudam a sensibilidade comum, que é mais laica, mais voltada para as pequenas coisas.
Uma gelatina vermelha na luz que ilumina o Cristo Redentor, uma placa "Sorria, você está na Barra", colocada no meio do centro da cidade. Pequenas mudanças num cotidiano que viram notícia. è o que o mundo busca, hibridização, contaminação, mudança de estilos.

Nossa! Desculpem o academicismo pra falar de arte.

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sábado, março 11, 2006

Parece que o novo conceito que se tem do homem, o mais "contemporâneo" deles, é o de que não somos mais considerados indivíduos, mas "divíduos" porque a cada hora somos uma pessoa diferente, podemos ser vários ao mesmo tempo, sempre divisíveis e não seguimos com a mesma personalidade, o mesmo estilo, como acreditavam os renascentistas. Enterramos Aristóteles. Uma parte de mim é pecado e a outra, você. Mais ou menos isso.

Identifiquei-me de cara com esse tal novo conceito, adorei. Acho que qualquer um se identifica. Mas eu fiquei feliz mesmo, porque sempre fui injustamente acusada pelas minhas amigas - aquelas chatas, que crescem juntamente com a gente, têm muita intimidade e acabam ficando meio irmãs, implicantes - de que eu tinha a cada hora uma personalidade. Segundo elas, já fui marombeira, intelectual, patricinha, porra louca, hippie, de tudo um pouco. E isso não me incomoda, nem um pouco. Gosto de estar aberta para o novo.

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Muito difícil viver em sociedade. Ter que aturar as pessoas enchendo a paciência o tempo inteiro! Ser simpática, diplomática, falar oi para todo mundo, a cada cinco metros e minutos encontrar um conhecido nesse balneário a que se resume a sociedade do Rio de Janeiro.

Tá cada vez mais down no high society...

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Parece que o novo conceito que se tem do homem, o mais "contemporâneo" deles, é de que não somos mais considerados indivíduos, mas "divíduos" porque a cada hora somos uma pessoa diferente, podemos ser vários ao mesmo tempo, sempre divisíveis e não seguimos com a mesma personalidade, o mesmo estilo, como acreditavam os renascentistas. Enterramos Aristóteles. Uma parte de mim é pecado e a outra, você. Mais ou menos isso.

Identifiquei-me de cara com esse tal novo conceito, adorei. Acho que qualquer um se identifica. Mas eu fiquei feliz mesmo, porque sempre fui injustamente acusada pelas minhas amigas - aquelas chatas, que crescem juntamente com a gente, têm muita intimidade e acabam ficando meio irmãs, implicantes - de que eu tinha a cada hora uma personalidade. Segundo elas, já fui marombeira, intelectual, patricinha, porra louca, hippie, de tudo um pouco. E isso não me incomoda, nem um pouco. Gosto de estar aberta para o novo.

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Muito difícil viver em sociedade. Ter que aturar as pessoas enchendo a paciência o tempo inteiro! Ser simpática, diplomática, falar oi para todo mundo, a cada cinco metros e minutos encontrar um conhecido nesse balneário a que se resume a sociedade do Rio de Janeiro.

Tá cada vez mais down no high society...

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