domingo, março 19, 2006

Em defesa da arte contemporânea.

O que vou escrever aqui agradeço muito especialmente à minha amiga Ciça, que por tanto brigar comigo quando visitávamos as salas de galerias e museus de arte contemporânea na Europa, me fez refletir.
"- Mas, Ana, como eu posso considerar arte um tênis sujo jogado no meio de uma galeria?" Eu tentava convencê-la de que aquilo era arte sim, mas me faltavam argumentos, fundamentos que tornam-se mais claros agora, que estão escritos. A psicanálise, surgida no século XIX, começou a quebrar o conceito de que somos seres únicos, indivisíveis, essa idéia renascentista de que somos interios e que nos fez criar fachadas. Tudo o que o artista contemporâneo faz é relativo e acaba por afirmar este novo conceito do sujeito - ser divisível. A falta da unidade estilística dos artistas de hoje e a mudança da noção de autoria vêm a contribuir com isso. Pequenas intervenções que mudam a sensibilidade comum, que é mais laica, mais voltada para as pequenas coisas.
Uma gelatina vermelha na luz que ilumina o Cristo Redentor, uma placa "Sorria, você está na Barra", colocada no meio do centro da cidade. Pequenas mudanças num cotidiano que viram notícia. è o que o mundo busca, hibridização, contaminação, mudança de estilos.

Nossa! Desculpem o academicismo pra falar de arte.

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