terça-feira, setembro 11, 2007

Onde andará...?

Peguei e li de uma tacada só. Porque para nao dizer que foi na primeira, na segunda página havia sinais de que aquilo era para mim. Além disso o moco da biblioteca liberou mais uns diazinhos depois do período de entrega previsto, outro sinal.
Voltei com ele pelo metrô. Parecia um livro sério, capa preta de couro sem nada escrito, um couro gasto. As bordas vermelhas de pano arrematavam o negro. Abrindo via-se que era uma capa falsa, só protecao. A verdadeira era colorida, estampada e feita de papel frágil como a pseudo-protagonista daquela história e de tantas outras de que gostava - sempre de seres à margem e conflituosos.
Em busca de uma outra vida, "Nao quero nada disso que vejo em volta, eu quero encontrar outra coisa", ela dizia e parecia que eu falava com o espelho.

segunda-feira, setembro 03, 2007

on a bike

Descia a Kastanienalle de bicicleta ouvindo "walk down Portobello Road through the sound of reggae".

Ai meu filho, nao dava para estacionar um pouco mais para dentro e tirar o rabo do caminho?

Pânico de esmagamento entre carro e trilhos. Melhor entrar à direita e descer pela rua paralela, mais seguro e a ladeira é mais íngreme, mais gostoso.

Ai meu querido, tinha que parar no meio da rua? Demais, demais.

Ih! Aquele lugar onde a gente sentou um dia e tomou vinho até nao mais poder. No fim juntamos todas nossas moedas e deu uns três euros e cinqüenta, qualquer coisa assim. A garconete engatou num discurso desaprovador e nós parados olhando para ela balbuciando: mas nao era para dar QUANTO A GENTE QUISESSE? Acreditamos na filosofia da casa. Ela continuou esbravejando até a gente dar as costas.

Sentei num café, vou descansar para subir o morro de novo. Outro dia que reparei que meu bairro carrega o morro no nome. Prenzlauer Berg.

...

No café

Estive pensando em outras coisas, outros assuntos que têm relacao indireta com subir e descer o morro de Prenzlauer Berg. Sobre como é bom se comunicar em outras línguas, sobre como a traducao de expressoes idiomáticas soa poesia. De como a reuniao de diferentes culturas, o confrontamento com outros paradigmas é rico. Parece balela mas nao é nao.