O mundo é feito de pequenos círculos. E todos andam em círculos. Filtramos cada vez mais e acabamos mais fiel a um círculo do que a outro em determinado tempo.
Ontem liguei para um amigo da faculdade para chamá-lo para ir a um show de uma amiga. E ele falou que estava numa festinha no JB. Coincidentemente, a festa de um grande amigo meu, para onde eu estava indo. Achei ótimo.
domingo, novembro 07, 2004
domingo, setembro 19, 2004
Eu sou do samba
Morno. Pairava um misto de expectativa e letargia. Se a cidade fosse Londres, um doci resolveria o impasse. Confetes e serpentina. Suor, é bom suar, já dizia. Quem, quem já dizia? Portelense, mangueirense. Fora da avenida, não há rivalidade. Riam os tamborins. Humildemente, o surdo desbancava. A casa cheia caía na folia. Algodão doce, salgado e sem gosto, indispensável!
Chegam os malandros. “Malandro que é malandro, oficial!” Para não perder a viagem desse carnaval, eu vou no samba.
Chopp, Ana, dia 30 vou tocar com o banga aqui, banglafumenga. Por que você não toca? Passa para ele. Ihhh..., já era, já era....
“Se eu caio no suíngue é pra me consolar....” Só mais essa. To doidona, Cecília, Cecília: graças a deus!
Lá dentro ta ótimo, tenho que trabalhar amanhã. E já que você não falou, como vai a sua festa? Compareça, não vi ninguém da galera lá dentro.
Ah, chupeta! Oh, pobreza! Kombi.
Farme de Amoed. Farme desce!. Trilha sonora: “Eu to te ligando, alou, sou eu.!”
To doidona, Cecília, Cecília: graças a deus.
Vinícius. Desce! Boa noite.
Chegam os malandros. “Malandro que é malandro, oficial!” Para não perder a viagem desse carnaval, eu vou no samba.
Chopp, Ana, dia 30 vou tocar com o banga aqui, banglafumenga. Por que você não toca? Passa para ele. Ihhh..., já era, já era....
“Se eu caio no suíngue é pra me consolar....” Só mais essa. To doidona, Cecília, Cecília: graças a deus!
Lá dentro ta ótimo, tenho que trabalhar amanhã. E já que você não falou, como vai a sua festa? Compareça, não vi ninguém da galera lá dentro.
Ah, chupeta! Oh, pobreza! Kombi.
Farme de Amoed. Farme desce!. Trilha sonora: “Eu to te ligando, alou, sou eu.!”
To doidona, Cecília, Cecília: graças a deus.
Vinícius. Desce! Boa noite.
sábado, setembro 18, 2004
Uma sincera homenagem ao drama e à alegria de uma vida a dois
Você tem máquina digital?
A única coisa que tem de digital aqui é o piano Bechstein.
A única coisa que tem de digital aqui é o piano Bechstein.
Ritmo cotidiano
Costumo dizer que sou o símbolo perfeito do frênesi dessa era, que ora apresenta-se a mim como moderna, ora como pós-moderna, contemporânea. Seja o que for, o presente atual me apavora, porque a maior parte do tempo, me tole a capacidade de pensar.
Ontem, acordei às seis e meia. Fui para a PUC e tentei me concentrar entre os emails, telefonemas que urgiam na cabeça enquanto olhava para uma figura gordinha e articulada que não parava de falar sobre as definições do homem que podem variar do ser que faz ginástica ao ser que faz filosofia, desde que não alterem a máxima aristotélica de que o homem é um animal racional. Parei e consegui refletir por um momento: até quando Aristóteles vai ter razão?
Saí e fui tomar um café e fumar um cigarro porque ninguém é de ferro e afinal de contas, eu merecia, já que havia conseguido, finalmente, após um mês e meio do começo das aulas, acordar e chegar às quinze para as oito na faculdade, que começava às sete.
Conversei sobre projetos e uma agonia que parte dos pés como tremedeira e sobe até a cabeça tomou conta de mim. Tenho esse tipo de sensação quando falo sobre o que gostaria de fazer. São tantas as idéias que a possibilidade de não conseguir colocá-las em prática me assusta. Segui para a próxima aula, falei presente e saí fora, dei um olá na última aula do dia, ufa! Escapei com um grilo na consciência, todo mundo estava entregando o trabalho e eu... comprei um sanduíche e fui para o ponto de ônibus. Destino: Lapa. Entrei na TVE e fitas para decupar, reflexões sobre como fazer para que o programa entre no ar o mais breve possível, ninguém sabe, nem quer saber o que fazer. Um copo d`'agua, um café, anotações. Um pouquinho para o trabalho de cultura e censura no estado novo. Novamente sigo para o ponto de ônibus. Casa da Tata e da Bel. Pegamos o carro. Casa onde vai ser nossa festa. Onde colocar a mesa de som, as comidas, a cerveja.
PIRES. Uma cervejinha para terminar o dia. Conversas. Investimentos na carreira solo pelo bar. Encontros com gente das antigas. Convites desenfreados para a festa, que, daqui a pouco, vai ter que ser no Maracanã para caber a quantidade de gente que estamos chamando. Às duas e quinze chego a minha casa. Bêbada. Tomo banho, finalmente, e vou jantar arroz e feijão com carne de soja. Ligo para o ex e resolvo ir para casa dele. Recebe-me de braços abertos. Durmo e acordo...... tudo de novo. O tempo abre e é sexta-feira!
Ontem, acordei às seis e meia. Fui para a PUC e tentei me concentrar entre os emails, telefonemas que urgiam na cabeça enquanto olhava para uma figura gordinha e articulada que não parava de falar sobre as definições do homem que podem variar do ser que faz ginástica ao ser que faz filosofia, desde que não alterem a máxima aristotélica de que o homem é um animal racional. Parei e consegui refletir por um momento: até quando Aristóteles vai ter razão?
Saí e fui tomar um café e fumar um cigarro porque ninguém é de ferro e afinal de contas, eu merecia, já que havia conseguido, finalmente, após um mês e meio do começo das aulas, acordar e chegar às quinze para as oito na faculdade, que começava às sete.
Conversei sobre projetos e uma agonia que parte dos pés como tremedeira e sobe até a cabeça tomou conta de mim. Tenho esse tipo de sensação quando falo sobre o que gostaria de fazer. São tantas as idéias que a possibilidade de não conseguir colocá-las em prática me assusta. Segui para a próxima aula, falei presente e saí fora, dei um olá na última aula do dia, ufa! Escapei com um grilo na consciência, todo mundo estava entregando o trabalho e eu... comprei um sanduíche e fui para o ponto de ônibus. Destino: Lapa. Entrei na TVE e fitas para decupar, reflexões sobre como fazer para que o programa entre no ar o mais breve possível, ninguém sabe, nem quer saber o que fazer. Um copo d`'agua, um café, anotações. Um pouquinho para o trabalho de cultura e censura no estado novo. Novamente sigo para o ponto de ônibus. Casa da Tata e da Bel. Pegamos o carro. Casa onde vai ser nossa festa. Onde colocar a mesa de som, as comidas, a cerveja.
PIRES. Uma cervejinha para terminar o dia. Conversas. Investimentos na carreira solo pelo bar. Encontros com gente das antigas. Convites desenfreados para a festa, que, daqui a pouco, vai ter que ser no Maracanã para caber a quantidade de gente que estamos chamando. Às duas e quinze chego a minha casa. Bêbada. Tomo banho, finalmente, e vou jantar arroz e feijão com carne de soja. Ligo para o ex e resolvo ir para casa dele. Recebe-me de braços abertos. Durmo e acordo...... tudo de novo. O tempo abre e é sexta-feira!
terça-feira, setembro 07, 2004
ufa!
Fiz um teste de gravidez e deu negativo. Foram doze reais em vão muito bem gastos. Melhor que um baseado para aliviar a tensão.
SINCRONICIDADE. O universo é regido por ela. E Ponto.
............ já cria Leibniz...............
SINCRONICIDADE. O universo é regido por ela. E Ponto.
............ já cria Leibniz...............
domingo, agosto 29, 2004
Conexão Paris-Lapa
A paixão pela música brasileira é tão grande que o violinista francês Nicolas Krassik, que já estudou música erudita, turca e jazz, aprendeu o português e decidiu fazer escola no Brasil. Há três anos, ele mora no Rio de Janeiro, onde acaba de lançar o disco Na Lapa, com 14 faixas somente de músicas brasileiras.
Do samba ao choro, passando pelo forró, o CD tem participações ilustres de músicos mais que consagrados. Beth Carvalho, Carlos Malta, Yamandú Costa, Hamilton de Holanda, a dupla Zé da Velha e Silvério Pontes, além de João Bosco, o grande ídolo do violinista, são alguns dos nomes que figuram no álbum com repertório dançante.
“É uma honra poder contar com a participação de João Bosco. Foi a música dele que determinou a minha vida para o Brasil!” – explica Krassik, acrescentando que a música de Bosco, Preta-Porter de Tafetá, por ser uma mistura franco-brasileira mexeu muito com ele. “Em Paris, não saía do CD-player do meu carro.” A música é a quarta faixa do disco de estréia de Nicolas no Brasil.
Foi mesmo em Paris, onde o músico que aventura-se, e muito bem, na música popular brasileira, teve o primeiro contato com choro, samba, baião. Meses depois, Krassik estava embarcando para o Brasil. Bahia, Vitória e Fortaleza foram o destino dele, que escolheu a época do carnaval para visitar o país, há cinco anos. A agitação e a música agradaram, mas Nicolas voltou para a França com um gostinho de quero mais. “É que no carnaval, parece que tudo pára no país e o que eu queria era conhecer o dia-a-dia, vivenciar mais a cultura e não só festa...!” – explica.
Buscando uma imersão na cultura brasileira, em 2001, Krassik decide vir passar um ano no Rio de Janeiro, mas gostou tanto que está morando na cidade até hoje. “A diversidade da cultura brasileira me encanta. As influências européia e africana com a cultura nacional contribuíram para sonoridades muito peculiares!”, explica o violinista.
O título do CD, Na Lapa, não foi à toa.
“A minha sorte foi ter conhecido a Lapa apenas três semanas depois da minha chegada.”, conta. Foi lá que ele fez contato com o creme de la créme da música no Rio. No bar Semente, viu o virtuose Yamandú Costa esmerilhar o violão no palco e não teve dúvidas. “Enchi-me de coragem e fui com meu violino juntar-me a ele!” Ganhou a simpatia dos muitos músicos que estavam no bar, comemorando o aniversário do clarinetista Paulo Sérgio Santos. Hoje, apenas três anos depois, ele já participou de importantes gravações ao lado inclusive de Marisa Monte e da velha Guarda da Portela.
Com 35 anos, o simpático Nicolas Krassik domina um português quase sem sotaque e, toda semana, alegra as madrugadas dos amantes da boa música. Às terças-feiras, ele toca, juntamente com um conjunto de fino trato, que inclui Nilze Carvalho (voz, bandolim e cavaquinho), Nando Duarte (violão 7 cordas), Fábio Luna (percussão e flauta), no Rio Scenarium, casa de shows na Rua do Lavradio, na Lapa.
“Nicolas é hoje um carioca, decidiu ser um carioca”. A definição do violonista Luís Felipe de Lima, produtor do disco de Nicolas, resume o espírito desse “neo-chorão”, alcunha dada pelo jornalista e crítico musical Roberto Moura, que adora improvisar e ama o Brasil. “Compondo?”, pergunto. “Não, vim para cá para aprender e é o que estou fazendo, sentindo e incorporando cada vez mais, a música brasileira!”
Do samba ao choro, passando pelo forró, o CD tem participações ilustres de músicos mais que consagrados. Beth Carvalho, Carlos Malta, Yamandú Costa, Hamilton de Holanda, a dupla Zé da Velha e Silvério Pontes, além de João Bosco, o grande ídolo do violinista, são alguns dos nomes que figuram no álbum com repertório dançante.
“É uma honra poder contar com a participação de João Bosco. Foi a música dele que determinou a minha vida para o Brasil!” – explica Krassik, acrescentando que a música de Bosco, Preta-Porter de Tafetá, por ser uma mistura franco-brasileira mexeu muito com ele. “Em Paris, não saía do CD-player do meu carro.” A música é a quarta faixa do disco de estréia de Nicolas no Brasil.
Foi mesmo em Paris, onde o músico que aventura-se, e muito bem, na música popular brasileira, teve o primeiro contato com choro, samba, baião. Meses depois, Krassik estava embarcando para o Brasil. Bahia, Vitória e Fortaleza foram o destino dele, que escolheu a época do carnaval para visitar o país, há cinco anos. A agitação e a música agradaram, mas Nicolas voltou para a França com um gostinho de quero mais. “É que no carnaval, parece que tudo pára no país e o que eu queria era conhecer o dia-a-dia, vivenciar mais a cultura e não só festa...!” – explica.
Buscando uma imersão na cultura brasileira, em 2001, Krassik decide vir passar um ano no Rio de Janeiro, mas gostou tanto que está morando na cidade até hoje. “A diversidade da cultura brasileira me encanta. As influências européia e africana com a cultura nacional contribuíram para sonoridades muito peculiares!”, explica o violinista.
O título do CD, Na Lapa, não foi à toa.
“A minha sorte foi ter conhecido a Lapa apenas três semanas depois da minha chegada.”, conta. Foi lá que ele fez contato com o creme de la créme da música no Rio. No bar Semente, viu o virtuose Yamandú Costa esmerilhar o violão no palco e não teve dúvidas. “Enchi-me de coragem e fui com meu violino juntar-me a ele!” Ganhou a simpatia dos muitos músicos que estavam no bar, comemorando o aniversário do clarinetista Paulo Sérgio Santos. Hoje, apenas três anos depois, ele já participou de importantes gravações ao lado inclusive de Marisa Monte e da velha Guarda da Portela.
Com 35 anos, o simpático Nicolas Krassik domina um português quase sem sotaque e, toda semana, alegra as madrugadas dos amantes da boa música. Às terças-feiras, ele toca, juntamente com um conjunto de fino trato, que inclui Nilze Carvalho (voz, bandolim e cavaquinho), Nando Duarte (violão 7 cordas), Fábio Luna (percussão e flauta), no Rio Scenarium, casa de shows na Rua do Lavradio, na Lapa.
“Nicolas é hoje um carioca, decidiu ser um carioca”. A definição do violonista Luís Felipe de Lima, produtor do disco de Nicolas, resume o espírito desse “neo-chorão”, alcunha dada pelo jornalista e crítico musical Roberto Moura, que adora improvisar e ama o Brasil. “Compondo?”, pergunto. “Não, vim para cá para aprender e é o que estou fazendo, sentindo e incorporando cada vez mais, a música brasileira!”
sexta-feira, agosto 27, 2004
tudo acabou naquela mesa de bar.
Sessenta e quatro demissões do dia para a noite. Sentia-se como um membro do proletário das histórias do pós-guerra de Émile Zola, vagando pelo frio com fome, batendo de fábrica em fábrica, procurando ser explorado... Depois de cinco anos recusando ofertas de emprego, acreditando na dignidade e na função social daquele veículo ao qual tanto se dedicou, acabou em mesa de bar. Bebeu para afogar as lágrimas, estava feliz com a solidariedade dos amigos, alguns demitidos e outros, mais sortudos (ou não!), ainda presos à mesma rotina que outrora lhe pertencera.
quinta-feira, julho 29, 2004
Beija-me
"Beija-me
Quero teu corpo coladinho ao meu
Beija-me
Eu dou a vida por um beijo teu
Beija-me
Quero sentir o teu perfume
Beija-me com todo o seu amor
Se não eu morro de ciúme
Ai, ai, ai que coisa boa o beijinho do meu bem
Dito assim parece à-toa o feitiço que ele tem
Ai, ai, ai que coisa louca, que gostinho divinal
Quando eu boto aminha boca nos teus lábios de coral."
Quero teu corpo coladinho ao meu
Beija-me
Eu dou a vida por um beijo teu
Beija-me
Quero sentir o teu perfume
Beija-me com todo o seu amor
Se não eu morro de ciúme
Ai, ai, ai que coisa boa o beijinho do meu bem
Dito assim parece à-toa o feitiço que ele tem
Ai, ai, ai que coisa louca, que gostinho divinal
Quando eu boto aminha boca nos teus lábios de coral."
terça-feira, julho 27, 2004
Bar
Adorno já anunciava que na contemporaneidade, até o tempo de lazer é regrado: hora para ir à praia, hora para sair para jantar, hora para ver um filme...
Estou reservando 15m desse meu dia-a-dia tão concorrido para escrever um pouco sobre impressões acerca do que tento observar com cuidado. Bar é um assunto que sempre rende.
O PLEBEU é um dos bares do Rio que eu descobri tardiamente. Nunca levei fé no lugar e ontem, pela primeira vez, fui encontrar amigas lá. Muito bom, excelente, não fosse a garrafa de cerveja R$3,50. Pelo menos é Bohemia.
Pessoas interessantes por ali. Incrível como pré-julgamentos são assíduos hoje em dia. Bastou uma olhada pelas mesinhas e já concluí que ali havia as mais instigantes criaturas. Estaria mentindo se dissesse que foi o papo que chamou minha atenção. Não. Foram a aparência e o jeito do conjunto da multidão. Uma camisa do Brasil da copa de 70, uma barba mal-feita, um sorriso simples e sincero, mesas falando alto. Uma sinergia boa.
Vale a pena conferir.
Estou reservando 15m desse meu dia-a-dia tão concorrido para escrever um pouco sobre impressões acerca do que tento observar com cuidado. Bar é um assunto que sempre rende.
O PLEBEU é um dos bares do Rio que eu descobri tardiamente. Nunca levei fé no lugar e ontem, pela primeira vez, fui encontrar amigas lá. Muito bom, excelente, não fosse a garrafa de cerveja R$3,50. Pelo menos é Bohemia.
Pessoas interessantes por ali. Incrível como pré-julgamentos são assíduos hoje em dia. Bastou uma olhada pelas mesinhas e já concluí que ali havia as mais instigantes criaturas. Estaria mentindo se dissesse que foi o papo que chamou minha atenção. Não. Foram a aparência e o jeito do conjunto da multidão. Uma camisa do Brasil da copa de 70, uma barba mal-feita, um sorriso simples e sincero, mesas falando alto. Uma sinergia boa.
Vale a pena conferir.
segunda-feira, julho 19, 2004
Romance contemporâneo
Ele, escritor em evidência na mídia, estava a fim dela, balzaquiana amedrontada com a proximidade da mudança de rótulo, quando passaria à categoria das lobas. Profissionalmente bem sucedida, mas um fracasso de acordo com parâmetros sociais: solteira, sem maiores perspectivas de construir família. Seu problema era gostar muito de si mesma. Ele gostava do seu jeito mulher moderna independente, arrogante e que finge que sabe de tudo.
Chamou-a a sua casa na saída de um desses eventos onde todo mundo que faz que se conhece, se encontra. Ela, muito discretamente, porque zela pela própria aparência e não gostaria de ser vista ao lado do famoso, mas "feinho" - como ela o chamava, aceita o convite. Afinal de contas, que mal há em manter um contato mais íntimo com um cara influente?
Papo vai, papo vem, ele oferece uma bebiba. Ela pensa: até que enfim um vinhozinho!... Ele chega da cozinha, daquelas tipo americana, com duas xícaras que não pertenciam ao mesmo conjunto de louças, como bem reparou ela. Puta-que-pariu, o que estou fazendo aqui. Será que sugiro uma bebida mais "quente", como aquele whisky ali? Melhor não, vai que o cara é do AA, vou ficar de pilequinho sozinha?! De jeito nenhum. Vamos encarar o café.
Biscoitos? Um brilho volta aos olhos dela. Ela ama biscoitos, escolhe sempre os mais diferentes do mercado, aprecia o design das embalagens. Ele abre um biscoito MAIZENAS. Ela come, é o que lhe resta.
Quando ela já estava quase indo embora, ele envereda pela assunto quadrinhos pornográficos, mostra um livro de Carlos Zéfiro. A agonia toma-lhe conta do peito. Não me mostra isso, por favor, que nem kamasutra eutive coragem de ver. Tenho horror a essas coisas, morro de vergonha!! Foi o fim. Ela voltou para casa para mais uma noite de insônia, ainda mais depois do cafézinho.
Dias se passam, ela recebe um e-mail relembrando a agradável noite. Agradável para quem cara pálida? Responde alegando a si mesma ter de manter relações profissionais, mas, no fundo, querendo prolongar aquela massagem no ego.
Mais tempo decorre. Ela nota que de single, ele passou a comitted no ORKUT. Não se agüenta e manda um e-mail na sexta à noite: ué, casou? Ele não responde. No domingo, o perfil dela no orkut aparece com uma estrela de fan a menos. Esse foi o jeito que ele encontrou de terminar o que nem conseguiu começar!
Chamou-a a sua casa na saída de um desses eventos onde todo mundo que faz que se conhece, se encontra. Ela, muito discretamente, porque zela pela própria aparência e não gostaria de ser vista ao lado do famoso, mas "feinho" - como ela o chamava, aceita o convite. Afinal de contas, que mal há em manter um contato mais íntimo com um cara influente?
Papo vai, papo vem, ele oferece uma bebiba. Ela pensa: até que enfim um vinhozinho!... Ele chega da cozinha, daquelas tipo americana, com duas xícaras que não pertenciam ao mesmo conjunto de louças, como bem reparou ela. Puta-que-pariu, o que estou fazendo aqui. Será que sugiro uma bebida mais "quente", como aquele whisky ali? Melhor não, vai que o cara é do AA, vou ficar de pilequinho sozinha?! De jeito nenhum. Vamos encarar o café.
Biscoitos? Um brilho volta aos olhos dela. Ela ama biscoitos, escolhe sempre os mais diferentes do mercado, aprecia o design das embalagens. Ele abre um biscoito MAIZENAS. Ela come, é o que lhe resta.
Quando ela já estava quase indo embora, ele envereda pela assunto quadrinhos pornográficos, mostra um livro de Carlos Zéfiro. A agonia toma-lhe conta do peito. Não me mostra isso, por favor, que nem kamasutra eutive coragem de ver. Tenho horror a essas coisas, morro de vergonha!! Foi o fim. Ela voltou para casa para mais uma noite de insônia, ainda mais depois do cafézinho.
Dias se passam, ela recebe um e-mail relembrando a agradável noite. Agradável para quem cara pálida? Responde alegando a si mesma ter de manter relações profissionais, mas, no fundo, querendo prolongar aquela massagem no ego.
Mais tempo decorre. Ela nota que de single, ele passou a comitted no ORKUT. Não se agüenta e manda um e-mail na sexta à noite: ué, casou? Ele não responde. No domingo, o perfil dela no orkut aparece com uma estrela de fan a menos. Esse foi o jeito que ele encontrou de terminar o que nem conseguiu começar!
domingo, julho 18, 2004
Kerouac
O fim de semana foi bastante atípico para uma cidade como o Rio. O sol apareceu de segunda a sexta e resolveu dar lugar à chuva já na sexta à noite. Costumo não levar muito a sério a questão de que o tempo influencia o humor das pessoas, considero essa desculpa, usada costumeiramente para explicar o comportamento frio de certos povos, um pouco sem graça. No entanto, sou obrigada a confessar que a chuvinha não me deixou pôr os pés para fora de casa até agora, domingo à noite. Uma amiga, conhecendo meus ímpetos para a vida mundana, alertou-me de que eu estava sofrendo da síndrome do pânico.
Aproveitei a folga do sol para organizar papéis, refletir um pouco e acabar On the Road do Jack Kerouac, a tão proclamada "bíblia da geração beat". Criei muitas expectativas em cima do que me esperaria ao começar a leitura. Os elogiosos comentários da contra-capa e todo o mito que se instaurou ao redor de Pé na Estrada, como é intitulado em português, me animaram bastante.
Achei que tinha em mãos relatos de verdadeiras loucuras possíveis de serem alcançadas nessa vida. Ingenuidade minha. Não atentei para o fato de que começaria uma história sobre a juventude americana dos anos 50!! Dois jovens, Sal Paradise e Dean Moriarty, são os protagonistas da trama. Cruzam o continente americano umas quatro vezes sem dinheiro, pegando caronas e usando da malandragem não só para sobreviverem, mas para VIVEREM de fato. O livro deve ter despertado muitos jovens da inércia na época em que foi publicado. Hoje em dia, surte pouco efeito. Para a geração 2000, acostumada com a liberdade, ácidos, êcstasy e muita maconha, as cervejas e o pouco de erva encontradas na trajetória dos dois amigos parecem inocentes demais.
Contudo, a leitura é perigosa, tive vontade de sair por aí, observando as pessoas com redobrada atenção e de jogar tudo para o alto e viajar! Foi produtivo, sim. Botando na balança, acho que valeu a pena, embora, no momento, eu esteja precisando de algo que fortaleça as energias que me conectam ao mundo real e não de desestímulos!...
Aproveitei a folga do sol para organizar papéis, refletir um pouco e acabar On the Road do Jack Kerouac, a tão proclamada "bíblia da geração beat". Criei muitas expectativas em cima do que me esperaria ao começar a leitura. Os elogiosos comentários da contra-capa e todo o mito que se instaurou ao redor de Pé na Estrada, como é intitulado em português, me animaram bastante.
Achei que tinha em mãos relatos de verdadeiras loucuras possíveis de serem alcançadas nessa vida. Ingenuidade minha. Não atentei para o fato de que começaria uma história sobre a juventude americana dos anos 50!! Dois jovens, Sal Paradise e Dean Moriarty, são os protagonistas da trama. Cruzam o continente americano umas quatro vezes sem dinheiro, pegando caronas e usando da malandragem não só para sobreviverem, mas para VIVEREM de fato. O livro deve ter despertado muitos jovens da inércia na época em que foi publicado. Hoje em dia, surte pouco efeito. Para a geração 2000, acostumada com a liberdade, ácidos, êcstasy e muita maconha, as cervejas e o pouco de erva encontradas na trajetória dos dois amigos parecem inocentes demais.
Contudo, a leitura é perigosa, tive vontade de sair por aí, observando as pessoas com redobrada atenção e de jogar tudo para o alto e viajar! Foi produtivo, sim. Botando na balança, acho que valeu a pena, embora, no momento, eu esteja precisando de algo que fortaleça as energias que me conectam ao mundo real e não de desestímulos!...
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