Hoje é quatro de dezembro e me dou conta de que o tempo passou tao rápido! É estranho isso de acumular cada vez mais memórias e algumas histórias continuarem tao vivas! É bom, mas é esquisito constatar que muitos sonhos já foram realizados, mas que muitos ainda estao por realizar. Me sinto um querer sem fim.
Nao posso reclamar desses tempos que tenho vivido. Agora experimento a deutsche Melancholie, esse clima a que o inverno berlinense, eiskalt, nos convida.
Fico me perguntando se vou estar aqui no ano que vem ou nao. Na verdade gostaria de saber onde estarei no mês que vem. De algum jeito a vida acaba dando rumo a ela mesma, mas em relacao ao mês que vem eu queria ter alguma informacao a mais além de pontos de interrogacao. Mesmo assim o clima favorece e consigo estar tranqüila para escrever, ler, editar... organizar os pensamentos em casa vendo o mundo cinza pela janela. É claro que poderia ser melhor se... mas acho que todo mundo pensa assim. Sempre falta um quê para tudo estar na mais perfeita harmonia.
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Nota do dia-a-dia:
Nao agüento mais comer ovo. Como tive que comprar 100 ovos para a tal da cena que se reduziu a uns 4 frames, já dei ovo pro vizinho, fiz suflê, bolo, como um ovo cozido todo dia de manha e acabei de jantar um omelete. E ainda tem umas quatro caixas olhando para mim na cozinha. E olha que eu nem sou tao fa de ovo...
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Weinachtsmarkt - diversao para massa
Até Glühwein que eu odeio eu bebi de tao natalina que era a caneca onde o vinho era servido. Uma botinha de papai noel!
Impressionante a „feirinha“ que eu achei que ia encontrar! Na verdade é um mega parque de diversoes móvel que foi instalado em frente a Berliner Dom. ENORME. Maior que o antigo Tivoli Park (nao sei mais como se escreve Tivoli). As barraquinhas todas em volta dos brinquedos. Várias comidas típicas de todas as regioes da Alemanha. Parece assim uma festa junina popular bem high tech com luzes néon contrastando com madeira querendo lembrar o tirol.
Foi nesse evento super esquisito, onde quase ousei patinar no gelo para entrar na onda da galera, que constatei que todo o povo tem os seus paraíbas. Me desculpem os paraíbas de verdade, essa gíria é muito injusta, mas depois que a incluí no meu vocabulário nao encontro palavra melhor para definir aqueles seres que estavam no Markt. Só alemao paraíba. Fiquei feliz de saber que reconheco claramente um alemao paraíba. Acho que paraíbas sao universalmente reconhecíveis. Topetinho feitos com gel no cabelo oleoso, botas brancas (nada mais feio do que botas brancas!), uma descombinância de cores, listras, bolinhas exagerada. Todas as meninas estavam com um cinto com um fivela em forma de coroa dourada que nao sei de que loja é, mas certamente é de uma loja que só tem artigos para paraíbas, . No meio disso tudo, ainda saía Schlager, música popular alema que nem mesmo os paraíbas gostam, das caixas de som. Detalhe: o lugar estava lotado e só tinha uma saída.
Tenho a impressao de que estive num show do Babado Novo na praia de Copacabana em Berlim.
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5 comentários:
hahahahahahha muito boas as observações acerca do vestuário dos paraíbas alemães!
e espero que no mês que vem você continue aí pra contar mais histórias!
Mas a praia de Copacabana há de ter mais de uma saída... Gostei do teu blogue. Depois, se puder, visita o meu site.
O meu site, desculpe: www.tribuneiros.com
darling, mando por correio pra mim! eu simplesmente amo ovo, como diariamente!!!! mil beijos
Acho que o ovo é uma figura importante para os exilados. Estive pensando nele em Sergipe, e agora descubro que ele também faz parte de sua vida no além-mar. Estranho, Ana Hupe, estranho... Mas estranha é a vida, seguindo inexoravelmente, e a gente pousado no movimento, esperando ela trazer de volta os amigos distantes para mais uma rodada gigante na loucura. Saudade.
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